terça-feira, 28 de julho de 2009

Grupo de Estudo do Núcleo Pedagógico

Gênero
Por Jules Lucena
Por muito tempo, a História de Gênero limitava-se somente aos estudos das mulheres por vezes sob uma abordagem dicotômica e binária de homem x mulher, natural x cultural, razão x paixão. Ao longo desse caminho, várias foram as dificuldades teóricas para as(os) estudiosas(os) de gênero que, baseadas nessa constante separação, pareciam anular a condição de uma “solidificação” na construção do conceito de gênero que muitas vezes limitava-se a sexualidade enquanto elemento definidor do “ser homem” e o do “ser mulher”. Porém, a partir da década de 1960 as análises mais abrangentes de gênero e sexualidade estavam nos discursos, não mais silenciados ou sussurrados sob a égide de uma sociedade “androcêntrica” (centrada no homem), mas passíveis de representações que trazem novas luzes sobre as relações de gênero e poder.
A princípio, as mulheres, dentro da categoria de gênero passaram a ser vistas e analisadas a partir de práticas culturais e de interpretações que são construídas e discursadas com objetivos claros e é dessa maneira que as definições de gênero e sua complexidade enquanto campo da História são fruto de uma nova episteme das ciências sociais.
Por muito tempo os estudos de gênero eram sinônimo de mulheres apenas, desconsiderando a participação dos homens enquanto categoria de análise sócio cultural. As novas perspectivas permitem analisar, comparar, confrontar e, acima de tudo, relacionar os gêneros de forma a tornar ainda mais abrangente a análise e a contribuição social de ambos.
Sendo assim, ser mulher e ser homem passou a ser construção cultural, ou seja, não se nasce homem e mulher, mesmo o biológico tendo sua importância, percebe-se que, antes de tudo, o gênero é uma construção e as relações de poder transformam homens e mulheres em sujeitos, e esses sujeitos são construídos discursivamente. Esses sujeitos de gênero e de sexualidade são produzidos e reproduzidos de forma continua ao longo da história, e mulheres e homens produzem-se de diversas maneiras, em uma constante de possibilidades, sociabilidades e instabilidades.
Dessa maneira, os estudos de gênero tornaram-se plurais ao perceber a importância de se analisar as identidades, as subjetividades e a diversidade nas relações humanas. Não mais se prendendo às barreiras da “heteronormatividade”, quebrando até mesmo com uma possível “homonormatividade” a partir das novas abordagens da “Teoria Queer” e da Performatividade. Onde ser mulher e ser homem não está mais preso a biologia de apenas dois sexos.
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